Os Rabelados constituem um grupo social que sofreu um processo de transformação identitário único no país. Ao longo de várias décadas, a partir dos anos 40 até o momento, defenderam severamente a sua identidade assente numa conjuntura marcada pelos conflitos e discordâncias com a Igreja e o Estado.
Construíram as suas aldeias em montanhas e sítios de difícil acesso para poderem fugir do poder do Estado e para não se relacionarem com os demais grupos sociais da ilha de Santiago.
Viviam todos em casas feitas de ramo de coco e bamboo com o chão de terra batida, porque eles acreditam que Jesus Cristo nasceu pobre numa manjedoura e, por isso, não aceitavam outro tipo de habitação, valorizando, desta forma, os aspetos espirituais em detrimento aos de natureza económica, ou seja, material.
Atualmente estão mais abertos a visitantes e em algumas localidades desenvolveram projetos de artesanato, especialmente na pintura e na olaria, e assentiram em programas para a melhoria das suas condições de vida e maior divulgação do seu modo de vida característico, muito admirado por visitantes nacionais e estrangeiros.
No concelho existem comunidades de Rabelados em Espinho Branco, Bacio, Monte Santo e Palha Carga, sendo a de Espinho Branco a maior de todas.