Classificado no Plano Diretor Municipal (PMD) concelhio como monumento natural de interesse paisagístico e geológico, Mangue das Sete Ribeiras é uma baía localizada a Sul de Achada do Monte, que durante muito tempo, desempenhou as funções de um dos principais Portos abastecedor da Zona Norte do Concelho, provavelmente entre a década de vinte e a década de setenta.
Pela sua característica natural servia de ancoradouro e também refúgio em situações de temporais e ventanias, dos muitos barcos de cabotagem, faluchos, que circulavam na proximidade. A sua beleza é rara à primeira vista que requer a atenção e uma observação de todos quantos que por ali passem pela primeira vez.
A baía é orientada no sentido Oeste. Aliás todas as praias de São Miguel têm essa orientação. Toda ela é limitada pela estrada nacional Praia-Tarrafal. Apresenta uma configuração geral retangular, dividida em duas praias por um rochedo. A baía norte é limitada por uma falésia íngreme de cerca de 20 metros de altitude. A sua orla está bastante assoreada devido às enxurradas provenientes das duas ribeiras que ali desembocam.
A baía sul, a menor e de água límpida, apresenta uma pequena faixa de areia branca onde são arrastados os poucos botes da localidade. É balneária e a orla é povoada de coqueiros e acácias. Quando se entra um pouco para o interior encontram-se vários afloramentos rochosos de diferentes figuras, o que confere uma certa beleza á paisagem. Dentre os rochedos interiores, surge um especial, figurando um submarino emerso de particular beleza.
Conta-se que nos idos anos 50 e 60 do séc. passado eram frequentes os acidentes das viaturas nessa área, devido à precaridade da via. Os rochedos interiores de que já falamos são popularmente conhecidos por “pedra noiva”. Recomenda o ditado popular que os noivos ao passarem por ali depois de recém-casados, não deveriam olhar por essas figuras inertes porque lhes causariam asares na vida nupcial.
Esta baia era o único entreposto comercial da Zona Norte do Concelho, tendo funcionado em pleno até 1955 (segundo relato), ano do falecimento de Nho Calisto, declinando lentamente até total extinção por volta de 1976. Nhô Calisto era um filho da terra na altura com instrução (3ª classe), mas muito esperto de cabeça e de negócio.
Mangue das 7 Ribeiras foi classificado pelo PDM Concelhio publicado no B.O nº 40/2012 de 13 de Julho como um “monumento natural com 23.11 Ha”.